terça-feira, 18 de outubro de 2011

PROJETOS MAGIC KEY


PROJETOS MAGIC KEY

O Magic key é uma aplicação nacional desenvolvida pelo Engº Luís Figueiredo, professor da Escola Superior de Gestão e Tecnologia, do Instituto Politécnico da Guarda  de Portugal . O Projecto Magick Key é constituído pelos seguintes módulos:
• Magickey
• Magicjoystick
• Magiceye
• MagicPhone
• Magickeyboard
• Magichome
• Magicwheelchair
• Magickeyboard

Decorreu no dia 30 de Março de 2010, no novo Laboratório do Magic Key, uma conferência de imprensa no Instituto Politécnico da Guarda, onde foram apresentadas as mais recentes novidades deste grande projecto Português.
Nesta conferência foram apresentadas os últimos módulos do projecto:

MAGICK KEYBOARD (muito mais que um teclado virtual) - A aplicação MagicKeyboard integra um grande número de funcionalidades das quais se destacam:
• Escrita inteligente com um dicionário em Português de cerca de 700.000 palavras bem como a sua respectiva probabilidade de ocorrência.
• Mais de 3 milhões de ligações entres as diferentes palavras com a respectiva probabilidade de ocorrência para cada ligação
• Aprendizagem em tempo real com a inserção de novas palavras e a alteração da sua probabilidade de ocorrência
• Possibilidade de fazer a síntese de voz em Português a partir de qualquer texto de qualquer aplicação do PC.
• Reconhecimento de voz em Português que permite activar qualquer função que se deseje com qualquer palavra ou expressão em português.
• Possibilidade de controlo completo do meio ambiente o que inclui qualquer dispositivo que funcione com infravermelhos sem nenhuma limitação do seu número, ou mesmo dispositivos eléctricos simples que podem ser controlados até uma distância de 150m por um sistema de rádio frequência.
• Configuração de todos os menus de acordo com as necessidades do utilizador.

MAGIC HOME (mais simples que uma casa “inteligente”) - O Magic Home vai mais além que os conceitos da domótica.
• Controlo de dispositivos por infravermelho
• Controlo de dispositivos por rádio-frequência
• Fácil de instalar, configurar e usar
Ligar ou desligar um rádio, acender ou apagar um candeeiro, subir ou descer um estore ou comandar uma cama eléctrica são todas as situações possíveis através deste dispositivo. Basta um computador ou até mesmo um “Magalhães” para comandar todas as operações e poderá fazê-lo através de um simples rato ou com comandos de voz.

MAGIE EYE

A aplicação MagicEye foi desenvolvida para dar resposta a dois tipos de situações para as quais não era possível a utilização da aplicação MagicKey , seja porque as pessoas estão completamente imóveis,seja porque devido aos tremores da cabeça não com seguem controlar com precisão o cursor do rato.Depois de se terem analisado alguns casos concretos de pessoas com estas patologias, verificou-se que em todos se mantinha a capacidade de movimentar os olhos, ou seja dirigir o olhar para onde se deseja. Foi precisamente esta capacidade dos utilizadores que foi potenciada no desenvolvimento desta aplicação. Em termos genéricos, esta aplicação determina a direcção do olhar do utilizador e coloca o cursor do rato no local do ecrã para onde ele está a olhar.A sua utilização implica o uso de uma câmara de alta definição, bem como um suporte especial que permita a correcta orientação do monitor em relação ao utilizador

MAGIC WHELL CHAIR
• Cadeira de rodas eléctrica controlada pelo olhar
• Usa 10 sonares para aumentar as condições de segurança
• Testes com um utilizador real efectuados com sucesso

Esta cadeira de rodas eléctrica poderá vir a ser usada por pessoas que não têm a possibilidade de usar o tradicional joystick de controlo da cadeira, nomeadamente pessoas tetraplégicas com boa capacidade de dicção.
As palavras de comando podem ser dadas em Português e/ou Inglês. Após ser dado o comando inicial “Liga cadeira”, o utilizador pode controlar a cadeira com as palavras “Anda”, “Para”, “recua”, “Acelera”, “Desacelera”, “Esquerda” e “Direita”.
Se o utilizador disser “Desliga cadeira” a cadeira deixará de responder às palavras de comando referidas, apenas o voltando a fazer quando for dada a ordem “Liga cadeira”. Desta forma o utilizador poderá estar a falar normalmente com outras pessoas sem ter que se preocupar em não dizer as palavras que permitem controlar a cadeira.
A tecnologia desenvolvida neste projecto permite a sua adaptação a qualquer cadeira já existente, mesmo as que não têm uma interface digital para ligação ao computador.
A mesma interface de voz pode ser usada para interagir com outros sistemas, nomeadamente controlando luzes, abrindo portas ou janelas, ou mesmo controlando qualquer dispositivo que funcione com infravermelhos.

Este novo periférico utiliza dez sensores para aumentar as condições de segurança e já foi testado com um utilizador real, na passada quinta-feira, dia 25, no LISPOLIS – Pólo Tecnológico de Lisboa. A cadeira de rodas foi testada «com enorme sucesso» pelo próprio presidente da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica, Pedro Monteiro, cuja doença o impede de utilizar qualquer movimento voluntário do seu corpo, sendo a única excepção a capacidade de movimentar os seus olhos, congratula-se o professor, enquanto exibe o vídeo que mostra a cadeira em plena utilização. Acrescentou ainda que para questões de segurança há também um “joystick” para salvaguarda dos utilizadores. O Magic Key destina-se a melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiências, tentando atenuar as suas limitações. Este objectivo é conseguido com recurso a sistemas informáticos adaptados, que lhes permitem realizar uma série de actividades que, de outro modo, lhes estariam vedadas. Recorde-se que a primeira das aplicações desenvolvidas, o Magic Key, permite aos utilizadores controlarem o rato apenas com o movimento da cabeça. Depois seguiu-se o Magic Eye, o Magic Joystick, o Magic Home e o Magic Keyboard.

Para mais detalhes de projeto acesse: http://www.magickey.ipg.pt

Curiosidades

  • As lesões costumam ocorrer em média até os 31.7 anos.
  • Os homens são responsáveis por cerca de 75% das pessoas com lesões na medula espinal.
  • As principais causas de lesão medular são as seguintes:
    • acidentes com veículo e automotores: 44%
    • atos de violência: 24%
    • quedas: 22%
    • esportes: 8%
    • outros: 2%
Um dos maiores impedimentos de um portador de deficiência motora ao usar um computador talvez seja a grande necessidade de utilização da motricidade fina (uso das mãos e dos dedos) para manusear, por exemplo, o teclado convencional ou o mouse, e da ampla (uso dos braços, pernas e tronco) para, por exemplo, controlar os movimentos dos braços, manter a cabeça erecta ou se firmar na cadeira.

Depoimento de Nardélio Fernandes Luz- tetraplégico



Encontrei na internet esse incrível  depoimento de Nardélio Fernandes Luz*. Nardélio é uma pessoa com tetraplegia. Ele deu esse depoimento em 2005. Vale a pena conferir!
“Embora vergonhosamente a preconceituosa sociedade nos veja como párias, não estamos mendigando ou buscando a execrável pena de ninguém”
Foi-me pedido para escrever um artigo sobre tetraplégicos, não obstante, não sei escrever artigos, em verdade não sei nem por onde começar. Contudo, no egocentrismo do meu conhecimento de causa, sei falar sobre mim, que sou um representante da classe, sei também falar das pessoas que conheço que também o são.
Isto, por si só, já daria um texto e tanto, pois embora pareçamos todos iguais aos olhos preconceituosos dos leigos e soframos as mesmas seqüelas, a individualidade humana não permite que existam dois iguais; somos, portanto, no máximo parecidos em físico e pensamentos e com necessidades similares. Mas não somos apenas isso…
Para começar, devo esclarecer – para a grande maioria que não sabe – a diferença entre o paraplégico e o tetraplégico. (Uso como base para minha narrativa apenas as deficiências por lesão medular, porém, devo dizer também que existem deficiências físicas causadas por outros fatores como Poliomielite, AVC, etc, cujos sintomas podem variar.) O paraplégico, em termos simplórios, é aquele deficiente cuja medula é lesionada a nível lombar ou torácico. Ele perde a coordenação-motora e sensibilidade das pernas, porém mantém o controle do tronco e movimentos e força dos braços e mãos. O paraplégico pode tocar sozinho a cadeira de rodas e transpor obstáculos, fazer transferências cama-cadeira-carro e vice-versa, dirigir, praticar a maioria dos esportes adaptados, assim como todas as outras atividades de vida diária (AVD), o que lhe permite uma vida quase que totalmente independente – inclusive tenho amigos paraplégicos que moram sozinhos e se viram muitíssimo bem.
Tetraplégico, no entanto, é aquele que lesiona a medula a nível cervical – pescoço – e perde a mobilidade de quase todo o corpo, sendo, portanto, dependente de outras pessoas para tarefas simples como banhar, se alimentar, evacuar, fazer transferências e todo e qualquer tipo de atividade física… Simplificando: o tetraplégico é totalmente dependente de outros para sobreviver.
Mesmo a tetraplegia se dá em vários níveis – tudo é de acordo com a altura da vértebra lesionada. Há aqueles que ficam totalmente paralisados e dependem de respiração artificial para sobreviverem; há aqueles que perdem os movimentos das mãos e parcialmente dos braços (meu caso) e há mesmo aqueles cujas lesões são incompletas – possibilitando a passagem de alguns impulsos cerebrais -, permitindo-lhes sensibilidade e certa coordenação-motora, tornando-os quase paraplégicos.
Não tenho o menor constrangimento em afirmar que, como tetraplégico, minha principal frustração é não ter ficado apenas paraplégico; e até me arrisco a dizer, sem medo de errar, que é a frustração de todo tetra, pois de todos os desconfortos causados pela quase completa imobilidade, sem duvida o pior deles é a extrema dependência. Sobretudo porque nenhum ser humano nasceu preparado para viver duas vidas, e a pessoa que cuida de um tetra acaba por viver a sua e a dele. E, conquanto a pessoa seja paciente e resignada, há horas em que o estresse a domina e acaba descarregando em cima do dependente – que muitas vezes é realmente o culpado. Isso dói, humilha, faz a gente se sentir o pior dos seres… eu sei.
Ou seja, em grau maior ou menor, acho que os tetras, em geral, sentem uma certa “inveja” bastante sadia, eu diria, dos para. Eu sinto e não tenho vergonha de admitir, pois se fosse um pouco mais independente, não teria que me sujeitar a tantas coisas que doem e humilham.
Não estou insinuando que a vida do paraplégico seja fácil, em absoluto não é, pois a discriminação e o preconceito não escolhem nível de lesão. Só quero deixar claro que, o sonho primário do paraplégico é voltar a andar, e o sonho primário do tetra é ser para.
Não tenho a pretensão de alongar muito este texto, mas não dá para falar de lesão medular sem mencionar as piores das seqüelas, que são invisíveis aos leigos: as quase esquecidas complicações internas. Geralmente, quando se vê um deficiente – principalmente tetraplégico – na rua, imagina-se que seu único problema é a imobilidade. Essa idéia, entretanto, é completamente equivocada, uma vez que as complicações internas são muito piores que a simples falta de movimentos. Bexiga e intestinos não mais funcionam e os rins ficam comprometidos; o coração tem que trabalhar dobrado para bombear o sangue nas áreas do corpo onde não mais têm músculos para ajudá-lo; a circulação fica seriamente comprometida; a falta de sensibilidade nos órgãos sexuais não permite que ejaculemos ou tenhamos orgasmos (ao menos na maioria dos casos); e, como se não bastasse, ainda temos que tomar extremos cuidados para evitar infecções de urina e as famigeradas úlceras de decúbito – feridas – , popularmente chamadas de escaras.

Também não poderia abordar este tema sem mencionar meu ídolo Christopher Reeve, popularizado nas telas do mundo inteiro como o melhor interprete para o maior herói que os quadrinhos já conheceu, o onipotente Superman. Reeve não foi Super Homem apenas na ficção, mas o foi principalmente na vida real. Em 1995, o ator caiu de um cavalo, quebrou o pescoço e ficou tetraplégico. Sua lesão foi bastante alta, obrigando-o a ter que viver sob o julgo de um respiradouro artificial e só conseguindo se movimentar do pescoço para cima. Após o acidente, passou meses fazendo fisioterapia, o que permitiu que ele respirasse por períodos cada vez mais longos sem a ajuda de aparelhos e ate conseguisse outras melhoras significativas por pura força de vontade e um esforço descomunal. Segundo se sabe, Reeve no início até pensou em cometer suicídio, mas não o fez em consideração aos filhos, que o amava e queria junto a eles. Daí, nunca desistiu de voltar a andar e levar uma vida normal. Sendo assim, criou a “Fundação Christopher Reeve para a Paralisia” e, entre outras coisas, foi pioneiro nas polêmicas pesquisas com células-tronco.
Embora tais pesquisas tenham sido diversas vezes barradas pelo falso moralismo religioso e até pelo – mais falso ainda – presidente americano Jorge W. Bush, o ator não desistiu e gastou rios de dinheiro e toda sua energia, lutando indubitavelmente contra as adversidades e possibilitando o avanço das pesquisas ao máximo permitido pela ética. Não é errôneo afirmar que, se as pesquisas com células-troco avançaram até serem aprovadas em alguns Congressos – derrubando padres, bispos, pastores demagogos e presidente crápula -, grande parte desse mérito é do inesquecível “Super Homem”. Infelizmente Christopher Reeve veio a falecer devido a um ataque cardíaco após um coma, sem ter realizado seu maior sonho: voltar a andar. Mas, ainda assim, continua um herói, pois seu esforço não foi em vão e seu legado propiciará o retorno à liberdade para muitos de nós. Em especial para as gerações futuras, e, se Deus quiser – e ele sempre quer -, em bem pouco tempo.
Como Reeve – ou até mais que ele, pela falta de recursos financeiros, apoios físicos e psicológicos -, existem milhares de Super-homens e Super-mulheres por aí. Que o provaram os para-atletas que estiveram em Atenas recentemente, que mesmo sem patrocínio adequado e quase sem apoio da mídia, superaram seus limites e realizaram feitos memoráveis. Em especial os brasileiros, que superaram as marcas anteriores -quebrando recordes mundiais e olímpicos -e fizeram mais bonito que os atletas “normais”, que são fortemente patrocinados e endeusados pela mídia.
E, embora vergonhosamente a preconceituosa sociedade nos veja como párias, não estamos mendigando ou buscando a execrável pena de ninguém. Muito pelo contrario, matamos dez leões todos os dias para termos nosso lugar ao Sol. Citando o slogan da Aparu (Associação dos Paraplégicos de Uberlândia): “Subir na vida degrau por degrau?… Que nada, prefiro subir pela rampa”. Queremos rampas adequadas para adentrarmos os estabelecimentos comerciais e órgãos públicos. Queremos rampas para subir nas calçadas e diminuirmos o risco de sermos atropelados. Como seres pensantes e contribuintes que somos – e por mais absurdo que pareça, nossos impostos são ainda maiores, pois qualquer artefato para deficiente é absurdamente caro -, queremos igualdade em concursos públicos e a garantia de que nossos direitos constitucionais sejam respeitados. Queremos ser respeitados como seres humanos iguais. Queremos viver em paz. Apenas isso, nada mais.
Fonte: Rede Saci
*Nardélio Fernandes Luz é escritor e poeta. Sofreu um acidente durante um mergulho que o deixou tetraplégico. Em 2007, lançou sua autobiografia intitulada “Vida após a Vida”.
Mais informações sobre o autor e seu livro, acesse o site: http://www.nardeliofernandesluz.com/
Matéria extraída do site Ciência Hoje de Portugal.

Como ajudar um deficiênciente Físico no dia dia!


O deficiente e a sociedade , Ações corretas para ajudar deficientes motores!

“Lutar pelos direitos dos deficientes é uma forma de superar as nossas próprias deficiências” J.F.Kennedy
  • Nunca se deve movimentar a cadeira de rodas de uma pessoa com deficiência motora, antes de pedir a sua permissão;
  • Sempre que lhe pareça que a pessoa com deficiência motora está com algumas dificuldades, ofereça a sua ajuda e, caso esta seja aceite, pergunte o que e como deve proceder para ajudar.
  •  Quando se estabelece uma conversa com uma pessoa em cadeira de rodas, deve procurar colocar-se no mesmo nível em que esta se encontra, de modo a ficar no seu campo visual. Para além do incômodo e cansaço que advém da necessidade de manter o seu olhar direcionado para cima durante algum tempo consecutivo, a pessoa em cadeira de rodas pode sentir-se, igualmente, “ignorada” ou rejeitada;
  • Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o cuidadosamente. Preste atenção para não bater nas pessoas que caminham à frente. Para subir degraus, incline a cadeira para trás, para levantar as rodas da frente e apoiá-las sobre a elevação. Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha-atrás, sempre apoiando para que a descida seja sem solavancos. Para subir ou descer mais de um degrau em sequência, será melhor pedir ajuda a mais uma pessoa;
  • Avise sempre a pessoa em cadeira de rodas sobre as manobras que vai executar;
  • Agarre sempre a cadeira de rodas pelas partes fixas, pois, caso contrário, os apoios de braços ou de pés poderão ficar nas suas mãos;
  • Se acompanhar uma pessoa com deficiência que anda devagar, com auxílio ou não de aparelhos ou de bengalas, procure acompanhar o ritmo desta;
  • Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas da pessoa com deficiência;
  • Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades em andar, podem fazer movimentos involuntários com as pernas e/ou braços e podem apresentar expressões estranhas no rosto. Não se intimide com isso.